ROTA DO AÇAÍ

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O Açaí é um fruto originário da Amazônia e que, nas últimas décadas, se popularizou no País e ganhou mercados mundo afora pelos seus atributos nutricionais e antioxidantes. Costuma ser consumido em forma de em vinho, polpa congelada e bebidas, mas também em cápsulas como complemento alimentar nutracêutico, como fonte de corante natural para a indústria de alimentos e em outros produtos com elevada agregação de valor como cosméticos e produtos medicinais 

Os seus frutos, em sua maioria, são obtidos pelo extrativismo, atividade típica da agricultura familiar ribeirinha. O setor possui, assim, grande potencial de geração de empregos e renda, tendo em vista que a cadeia produtiva envolve desde pequenos produtores, batedores e indústrias processadoras com reduzida necessidade de capital. É, ainda, uma atividade ambientalmente sustentável, pois o manejo sustentável das áreas de várzea possibilita que se compatibilize a exploração econômica com a preservação do bioma Amazônia.

Geração de Valor na Cadeia Produtiva

Porém, todo o açaizeiro pode se transformar em diferentes fontes de renda para os produtores. As raízes, quando novas, podem ser usadas como um chá vermífugo. O tronco pode ser aproveitado em construções rurais e para a criação de móveis leves. Os cachos podem ser transformados em vassouras, adubo e até serem usados como repelente natural contra insetos (quando queimados).

A palha serve como telhado em casas de ribeirinhos e pode ser usada na produção de tapetes e outros objetos artesanais. O caroço pode ser aproveitado como adubo, insumo para a fabricação de joias ecológicas ou como substituto ao uso de carvão e lenha. Já a parte superior do caule é de onde se extrai o palmito do açaí, que pode ser retirado sem a derrubada da árvore, permitindo uma produção sustentável desse produto.

Como integrante da lista dos produtos da sociobiodiversidade, a cadeia do açaí é formada por um sistema integrado, constituído de atores interdependentes e por uma sucessão de processos de educação, pesquisa, manejo, produção, beneficiamento, distribuição, comercialização e consumo de produtos e serviços, conforme figuras abaixo.

Cadeia de Valor de Produtos Florestais Não Madeireiros

 Fonte: Serviço Florestal Brasileiro.

 

Produção nacional de Açaí

De acordo com o Censo Agropecuário realizado pelo IBGE no ano de 2017 e publicado em 2019, o estado do Pará foi responsável pela produção de 242 mil toneladas de açaí em 35,4 mil estabelecimentos rurais, o maior produtor nacional do fruto respondendo  por aprox. 6o% da produção nacional. 


Pará com recorte da produção de açaí em toneladas do fruto e número de estabelecimentos rurais.

Fonte: https://censoagro2017.ibge.gov.br/templates/censo_agro/resultadosagro/pdf/am.pdf

 

Segundo o mesmo censo, no Amazonas, 8,5 mil estabelecimentos rurais produziram 21 mil toneladas do fruto de açaí, apontando o estado como segundo maior produtor nacional. Em seguida vêm os estados do Maranhão, Acre, Amapá, Rondônia, Roraima e Tocantins que completam a lista dos 8 (oito) estados produtores de fruto de açaí, sendo responsáveis por compor a produção nacional de açaí.

No Pará, os 10 principais municípios produtores de açaí estão descritos na tabela a seguir, que mostra o número de estabelecimentos rurais e o volume em toneladas da produção do fruto.

Dez principais Municípios Produtores de Açaí do Pará

 Fonte: Censo Agropecuário, IBGE, 2017.

 

Em 2017 foram comercializados, pelo estado do Pará, mais de 593,8 milhões de reais em produtos originados do beneficiamento do açaí que foram destinados aos mercados nacional e internacional, que consumiram 136.694 toneladas de polpa, mixes e açaí liofilizado, proporcionando um acréscimo de 14,6% no volume em relação ao ano anterior, segundo Pesquisa Agrícola Municipal – PAM, IBGE - LSPA, 2017.

Polos da Rota do Açaí 

Para impulsionar esse potencial produtivo, ampliar a capacidade de atendimento aos mercados interno e externo e gerar emprego e renda, o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) implementou a Rota do Açaí inicialmente no estado do Pará. As oficinas contaram com a parceria do MAPA, Sudam, Emater PA, Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Pesca do Estado do Pará – SEDAP, além de parceiros municipais.

Atualmente, três Polos da Rota do Açaí apoiados pelo MDR estão em atividade no Pará. A unidade Baixo Tocantins comporta quatro dos cinco maiores produtores de açaí do estado: Igarapé Miri, Abaetetuba, Cametá e Barcarena, responsáveis por 70% da produção no estado em 2017. Integram o núcleo, também, produtores de Acará, Baião, Limoeiro do Ajuru, Mocajuba, Moju, Oeiras do Pará e Tailândia.

O Polo Nordeste Paraense abrange a capital Belém e outros 20 municípios: Ananindeua, Benevides, Bragança, Capanema, Capitão Poço, Castanhal, Colares, Curuçá, Inhangapi, Maracanã, Marapanim, Marituba, Primavera, Santa Bárbara do Pará, Santa Isabel do Pará, Tomé Açu, Viseu, Bujaru, Santo Antônio do Tauá e Magalhães Barata. Em decorrência de seu grande potencial - 20% do total produzido pelo Pará em 2017 - o Polo Marajó Floresta também foi criado em 2019.

Em 2021, o MDR prevê instalar novos Polos em outros Estados da região norte: São Luiz do Anauá, em Roraima, e no Arquipélago do Bailique, no Amapá.

Implementação e Desenvolvimento dos Polos

A partir da identificação das potencialidades locais, a Secretaria Nacional de Mobilidade, Desenvolvimento Regional e Urbano (SMDRU), em conjunto com os órgãos parceiros, associações e entidades locais, realiza o diagnóstico, considerando questões como capacidade hídrica, energética, de escoamento da produção (rodovias, aeroportos, ferrovias e portos), capacidade de beneficiamento e produtiva.

Também é oferecido apoio técnico e de planejamento estratégico para estruturar e profissionalizar o trabalho dos agricultores, especialmente os pequenos produtores e familiares.


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