Rota da Biodiversidade já conta com a participação de 6 mil famílias brasileiras
Iniciativa do Ministério do Desenvolvimento Regional está presente em 55 cidades de Pernambuco, Bahia, Espírito Santo, Amazonas e Paraíba
Brasília (DF) – Com a proposta de estruturar a cadeia produtiva de fitomedicamentos, fitoterápicos, fitocosméticos e alimentos nutracêuticos (benéficos à saúde), o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) criou a Rota da Biodiversidade. Parte da Estratégia Rotas de Integração Nacional, a iniciativa já conta com a participação de cerca de 6 mil famílias de 55 cidades do País, que vivem da agricultura familiar e do extrativismo, e já desenvolveu 22 milhões de toneladas de produtos do setor farmacêutico desde 2018.
As rotas promovem a coordenação de ações públicas e privadas em polos selecionados. Atualmente, a da Biodiversidade alcança 55 municípios de cinco estados, que são divididos em cinco polos: Juá-Caatinga (PE), Aroeirinha Mata Atlântica (BA), Biriba Mata Atlântica (BA/ES), BioAmazonia (AM) e Fito Caatinga (PB/PE).
Coordenadora-geral de Sistemas Produtivos e Inovadores do MDR, Valquíria Rodrigues reforça a importância das Rotas para os setores apoiados.
"A Estratégia incentiva a criação de redes de cooperação e parceria entre órgãos e entidades federais, estaduais e municipais, bem como entre produtores, empresários, universidades e com os organismos de cooperação técnica internacional”, afirma. “Essa parceria tem contribuído para o desenvolvimento de um sistema eficaz de governança regional, com ações entre os agentes públicos ou privados, seja na gestão do financiamento, da capacitação ou infraestrutura", destaca.
"Os resultados têm impacto positivo na geração de empregos e renda, além de fomentar a segurança e a soberania alimentar e nutricional e estimular o uso eficiente dos recursos naturais e o exercício da cidadania", completa Valquíria.
BioAmazonia
O MDR tem dois termos de execução descentralizada (TEDs) com a Universidade Federal do Amazonas (UFAM) no âmbito do projeto. O mais importante é o Parque Científico Tecnológico na região do Alto Solimões (PCT-Alto Solimões).
A ideia central é que o PCT sirva como incubadora de projetos para a geração de novos negócios e ampliação da cadeia produtiva por meio da biodiversidade da região. Para isso, foram adquiridos equipamentos de extração, manejo, catalogação e pesquisa. O projeto também inclui capacitação de estudantes.
Taciana Coutinho é pesquisadora da UFAM e atual coordenadora do Parque Científico e Tecnológico. Ela explica que o desafio do projeto é aliar a tecnologia com os saberes tradicionais dos povos indígenas.
"Nossa ideia é trabalhar com o que temos e como nós vamos agregar os conhecimentos tradicionais desses povos de maneira a trazer trabalho e renda para a população local", aponta.
O estudante da UFAM Izanildo de Souza pertence a uma comunidade indígena da etnia Tikuna que faz parte do projeto. Ele fala sobre como as ações desenvolvidas impactam sua comunidade.
“O projeto é muito importante porque é uma inovação e dá visibilidade, ou seja, mostra o que a nossa aldeia está fazendo. A minha comunidade atua nos setores produtivo, artesanal e pesca. As pessoas veem a floresta e não sabem que tem gente que tira o sustento de lá”, diz.
As rotas beneficiam milhares de pequenos produtores familiares com emprego e renda e contribuem para a produção de alimentos regionais de qualidade e a preços acessíveis.
Estima-se que, desde a instalação dos polos, foram produzidos mais de 1,5 milhão de litros de leite e derivados nos polos da Rota do Leite; cerca de 157 mil toneladas de cacau e derivados pelos polos da Rota do Cacau; 161 toneladas de açaí; 940 toneladas de mel e derivados; 1,2 milhão de toneladas de frutas diversas pela Rota da Fruticultura. Na Rota do Cordeiro, a estimativa é de um rebanho de 14 milhões de ovinos e caprinos e, na do Peixe, 841 mil toneladas produzidas.
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