Agritech.NE

Resumo

Apoio ao setor do agronegócio no Nordeste (NE), particularmente em Pernambuco e na Ride Petrolina-Juazeiro, a partir do desenvolvimento de startups que possam ofertar soluções tecnológicas na cadeia do agronegócio da região, incluindo mapeamento de necessidades dos produtores,  capacitação de recursos humanos do setor de TIC e  montagem e acompanhamento de plataforma online para o desenvolvimento de novos negócios.

Justificativa

A Região do Submédio do São Francisco tem apresentado acelerado crescimento de produção agroindustrial irrigada. No eixo Petrolina-Juazeiro está o maior polo de fruticultura do Brasil, com destaque para a produção de uva, manga e goiaba. Por ano, a região produz cerca de 604 mil toneladas de manga e 252 mil toneladas de uvas, de acordo com informações da Vale Export. As frutas são vendidas no mercado interno e também exportadas. Estes fatos colocam o município de Petrolina entre os maiores PIBs agrícolas do Brasil. Os principais importadores dessas frutas são Holanda, Reino Unido, Estados Unidos, Espanha, Alemanha, Canadá, e Argentina, segundo dados do Sistema de Análise das Informações de Comércio Exterior (AliceWeb), em 2017. O Vale do São Francisco tem apresentado acelerado crescimento de produção agroindustrial irrigada, sem geração de inovação tecnológica para o setor no Nordeste.

No Brasil, principalmente nas regiões sul e sudeste o uso de tecnologias da informação e Comunicação (TIC) está transformando a agricultura. O processo de decisão do produtor rural, historicamente baseado na tradição, experiência e intuição, passou a ser apoiado por informações precisas e em tempo real. Existe a necessidade de se atacar os problemas com soluções inovadoras e direcionadas às demandas das regiões produtoras do Vale do São Francisco, que envolvem os agronegócios nos municípios de Petrolina-PE, Juazeiro - BA e adjacentes.

Grande parte destas agritechs está ligada a centros de pesquisa, universidades e hubs de inovação. Todos estão conectados em ecossistemas de inovação localizados nas mesmas regiões fora do NE. As agritechs, assim como qualquer startup, possuem mais agilidade e flexibilidade na entrega de soluções do que as grandes indústrias do agronegócio e universidades e centros de pesquisa. Não são estruturas rígidas, como as grandes companhias ou mesmo empresas pequenas e médias já consolidadas. Isto facilita um ambiente de inovação disruptivo. São negócios mais abertos a ouvir e entender a demanda de pequenos e médios agricultores, que não são alvos de grandes corporações. Por serem desenvolvidas no Brasil, essas soluções e produtos, são mais baratos e acessíveis do que os que estão disponibilizados no mercado hoje, porém desenvolvidos fora do país.

O Recife, por meio do Porto Digital, é um dos principais polos tecnológicos do Brasil com mais de 300 empresas e faturamento de mais de 2 bilhões de reais (2018). Nesse sentido, foi constituído em junho de 2019 o polo Mangue Digital com propósito de apoiar o setor de tecnologia da informação e comunicação na região metropolitana do Recife. O polo faz parte do programa de Rotas de Integração Nacional do Ministério de Desenvolvimento Regional e tem a parceria da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste e da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação de Pernambuco. O polo é formado pelos principais atores de TIC da região metropolitana do Recife, entre eles, as universidades, os ICTs privados, a agência de desenvolvimento de Pernambuco, ISI-SENAI, CETENE, FINEP, secretarias de Estado, entidades de representação de empresas, empresas do setor de TIC, PARQTEL e o Porto Digital. As ações deste polo estão pautadas em três eixos principais, a saber: infraestrutura, recursos humanos e negócios. A atual carteira conta com 13 projetos desenhados pelos atores do polo de forma conjunta. Assim, um desses projetos consiste nesta proposta apresentada que tem por foco a formação de recursos humanos em alto nível e o desenvolvimento de novos negócios e soluções envolvendo Tecnologia da Informação e Comunicação aplicadas ao agronegócio. Ainda, dado que serão envolvidos vários atores com competências complementares e que serão atendidos diversas empresas de agronegócio, torna-se fundamental que exista uma plataforma digital para integração de dados e facilitação da prestação de informações e interações entre os atores do ecossistema regional, também objeto da atual propostas. Motivação:

Atualmente, o processo de construção de ações digitais no campo é liderado pelas empresas de base tecnológica (startups) do agronegócio, chamadas agritechs, que desenvolvem tecnologias para o setor agrícola, na maioria dos casos, ligados às grandes aceleradoras ou às grandes corporações do agronegócio brasileiro. A maioria encontra-se localizada no sul e sudeste do país. Cerca de 90% das agritechs estão no sul e sudeste do país, ligadas às ICTs das regiões, com apenas 4% se concentrando no NE. Pela inexistência de um ecossistema de inovação mais robusto que apoie o desenvolvimento de soluções na região, agritechs de fora da Região e do Brasil estão aos poucos alcançando mercado local, mas sem conhecer as particularidades regionais e gerar emprego, renda e desenvolvimento tecnológico. Pernambuco e Bahia tem ICTs e o polo de TIC de Recife tem maturidade suficiente para desenvolver tecnologias para a região e exportar para outras.