ROTA DO CACAU
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A cadeia produtiva do cacau e chocolate é estratégica para o desenvolvimento regional pelo grande número de ocupações e postos de trabalho gerados pelo setor, especialmente para a agricultura familiar e extrativistas em territórios de baixa renda, comumente associada ao turismo e à gastronomia.
A cacauicultura trabalhada em sistemas agroflorestais, conforme metodologia preconizada pela Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira - CEPLAC mostra-se uma excelente oportunidade de desenvolvimento, o que tem motivado a ampliação continuada da área plantada com cacau, um produto de alto valor comercial e vasto potencial de beneficiamento e desenvolvimento novos produtos baseados no chocolate e subprodutos do fruto do cacau (nibs, líquor, manteiga).
A cadeia produtiva do cacau e chocolate é composta por produtores, transportadores, comerciantes em atacado e varejo do fruto, beneficiamento (artesanal e industrial) e serviços e varejo, com destaque para as chocolaterias e chocolates refinados que conquistaram todo o Brasil e crescem em todo o mundo, com destaque para o interesse asiático e europeu. Apesar da liderança da produção primária do cacau, garantindo cerca de 75% da produção mundial de amêndoas, o continente africano mantém apenas 2% do valor adicionado a uma cadeia de valor estimada em US$ 100 bilhões. Nesse sentido, cabe ao Brasil investir em iniciativas empreendedoras para agregação de valor, gerando mais e melhores empregos e oportunidades de investimento na cadeia produtiva do cacau e chocolate na Amazônia
O Brasil esteve na liderança da produção mundial de cacau no século XX, porém com a crise da vassoura de bruxa na Bahia, perdeu várias posições, chegando ao patamar de cerca de 10% da produção do atual líder mundial, Costa do Marfim. Embora a vantagem africana seja considerável, o Brasil tem chance de retomar a liderança mundial na produção de cacau com a expansão da fronteira Amazônica, muitas vezes superior à área agricultável dos líderes africanos. Em tempo o cacau (Theobroma cacao) é uma espécie nativa do bioma amazônico, por isso a produtividade média do cacaueiro do Pará (1 ton/ha) é em média 3 vezes superior aos cultivares adaptados pela Ceplac ao bioma Mata Atlântica na Bahia e o dobro da produtividade média mundial de cerca de 400kg/ha.
Os sistemas agroflorestais baseados em cacau têm recuperado áreas alteradas e contribuído para a recomposição da floresta Amazônica. No Pará, que se tornou o mais produtor brasileira, a produção vem crescendo em 10% ao ano, conforme informações da CEPLAC. Nesse ritmo, o Brasil poderá recuperar a liderança mundial na produção do cacau (Valor Econômico de 20 de outubro de 2018).
Deve-se ressaltar a importância da Região de Integração Transamazônica e Xingu no que diz respeito à economia de cacau, que representa cerca de 80% da produção do Estado do Pará, sendo a cadeia produtiva de maior expressão neste território, de acordo com estudos realizados pelo IDESP/PA, contribuindo sobremaneira para o desenvolvimento dos municípios da área de abrangência do PDRS do Xingu, especialmente em sistemas agroflorestais – SAF, em virtude de suas características, vantagens comparativas e, sobretudo, por se constituir em uma opção sustentável para agricultores familiares da Amazônia Legal.
A Rota do Cacau no Estado do Pará representa um esforço conjunto dos membros da CEPLAC, Emprapa, Sudam, Cooperativas de Produtores e do MDR em parceria com o Comitê Gestor do Polo Transamazônica da Rota do Cacau, com vistas ao atendimento na priorização de ações propulsoras do desenvolvimento dessa importante cadeia produtiva, conforme Oficina de Planejamento Estratégico realizada em parceria com a Sudam e o Governo do Estado do Pará em maio de 2018.